30.7.10

Dragagem em Agosto


Está a começar a dragagem da baía há tanto necessária para assegurar a actividade portuária. Depois de meses de programações e adiamentos sucessivos, eis que a dragagem da baía nos cai em cima em pleno mês de Agosto.

Esteve para ser no fim do verão de 2009, no final do inverno de 2010, na primavera... Mas não, parece que alguém achou que o melhor seria fazer coincidir estes trabalhos com o mês em que São Martinho se enche de veraneantes que procuram São Martinho enquanto estância balnear com praia e mar para usufruto.

Terão sido tomadas medidas de segurança para que os utilizadores da baía (em particular crianças) sejam salvaguardados do perigo inerente á actividade de máquinas pesadas?

Quais serão os condicionamentos à utilização do plano de água?

Está também por esclarecer se esta dragagem não terá impacto nefasto na qualidade da água. Em relação a esta questão importa também esclarecer se existe algum plano de monitorização da qualidade da água tendo em conta esta intervenção e se todos os parâmetros que podem ser influenciados por esta intervenção serão alvo de análise.

Finalmente, uma vez mais, confirmando uma prática da administração pública, não houve atempado aviso e comunicação à população e não existe informação e esclarecimentos sobre os trabalhos nem do ponto de vista das características da intervenção, nem tão pouco a duração ou até sobre eventuais condicionamentos, nomeadamente na delegação da capitania, evidenciando a falta de respeito pelo direito à informação dos cidadãos.

Nada contra a dragagem da baía. Porque ela é necessária e até vital para que São Martinho se afirme enquanto polo de actividades náuticas. Mas se queremos apostar na qualificação de São Martinho do Porto, no desenvolvimento económico da região suportada na aposta no desenvolvimento da Vila enquanto polo de actividades turísticas relacionadas com o Mar, então temos de ser coerentes e salvaguardar a qualidade deste potencial. Neste contexto, esta intervenção podia (e devia) ser efectuada fora do período de maior utilização da baía devido à inevitável perturbação da qualidade de vida oferecida, seja pelo ruído, seja pela afectação da qualidade da água, seja pelos condicionamentos às actividades náuticas, seja até pelos riscos de segurança inerentes.

Enquanto os cidadãos continuarem a permitir este tipo de desrespeito e a condescender, a insensibilidade e a desconsideração permanecerão. Temos de ser cidadãos mais atentos e mais exigentes.
Foto de Susana Proença

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