Esta TERRA e este MAR são desde os tempos dos romanos um PORTO natural que os Monges de Cister não esqueceram na carta de foral, datada de 1257, ao ditarem leis aos pescadores de S. Martinho.
Até aos nossos dias cumpriu o seu dever, ao abrigar todos os que praticam a pesca, não esquecendo quando aqui recebíamos os pescadores da Nazaré, e, hoje, os praticantes da náutica de recreio.
Não podemos deixar morrer o passado, como temos de abraçar o futuro, criando condições de entrada da barra, infra-estruturas para fundear e aportar as embarcações com comodidade, segurança e operacionalidade, garantindo os serviços necessários ao exercício das duas actividades.
Encontram-se registadas na Delegação Marítima de S. Martinho do Porto 26 embarcações de pesca marítima e inscritos 49 pescadores profissionais, operando, no mínimo, mais 3 embarcações do Porto de Peniche na apanha das algas, para a qual forma passadas 70 licenças no ano transacto.
Não se pode desvalorizar as 1300 embarcações de recreio registadas e as milhares de Cartas de Marinheiro, de Patrão Local e de Patrão de Costa emitidas e cujo a formação foi garantida pelo Clube Náutico de S. Martinho do Porto.
Estes números têm obrigatoriamente de aumentar, não podendo assistir-se à fuga de pessoas e embarcações para outras paragens por falta de condições do Porto, com consequências negativas nos tecidos social, económico e cultural da Vila e da sua gente.
Esta "Porta de Mar" não pode ser fechada, não se aceitando, tal como o PROTOVT - Plano Regional de Ordenamento do Território do Oeste e Vale do Tejo propõe, a desclassificação desta área, identificando-a como um Núcleo de Turismo e Lazer.
Pretende-se que seja mantida a jurisdição do IPTM, tal como está estabelecido no Decreto-Lei n.º 146/2007, de 27 de Abril, e o estatuto de PORTO SECUNDÁRIO e que sejam criadas condições de funcionamento como Porto de Pesca e Porto de Recreio.
Há espaço para a PRAIA em S. Martinho, o PORTO sempre coube no seu nome, projectistas competentes para encontrar uma solução temos neste País, haja vontade de todos, de todas as entidades oficiais que de alguma forma interferem nesta matéria, para que o PORTO se requalifique e renasça.
O MAR foi a vocação e o sustento das gentes de S. Martinho do Porto, é e terá de o ser no futuro.
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